sexta-feira, 20 de março de 2009

O caminho traçado, mas por quem...?


Fat Freddy´s Drop entoa por todo o bar, “chilando” baixinho. O som das ondas acompanha o “beat”... o dia está a cair e ao longe vejo o sol quase a esconder-se por trás do mar ainda quente a acariciar a minha pele.

Sirvo mais umas caipirinhas, caipiroskas e caipifrutas. Elas vão saindo ao ritmo da música, como estivessem também ali a desfrutar o momento, lentamente, a sugar o sumo da vida....

Não, este não é o meu dia a dia, porque como apipocamaisdoce comentou neste post da Leididi , a culpa é minha, e “no fundo, de todos os que se queixam e não fazem nada para mudar” e fazerem algo diferente com as suas vidas.

Somos uma geração de desencantados, mas também de conformados. Alguém nos disse que a vida são como as linhas dos comboios, duas linhas paralelas, sempre com a mesma distância e nós seguimos as, nunca nos afastamos daquela distância estipulada.
Estudamos toda a nossa juventude, coisas que nunca nos foram úteis e já estão perdidas na memória, porque depois arranjamos um bom trabalho e tudo vai correr bem na nossa vida adulta e vamos arranjar um trabalho que vamos adorar, casar e ter filhos...ser felizes!

Acordamos e grande parte da vida já nos passou ao lado e não é nada daquilo que imaginamos.

Resultado: desilusão com o mercado de trabalho, o trabalho 24/7 que nem gostamos, mas tem que se trabalhar que ninguem nos paga as contas...os desencontros amorosos, as pessoas certas, mas nas alturas erradas...enfim.

Eu não quero seguir aquelas duas linhas, quero fazer o meu caminho, abrir horizontes. No fundo andamos a viver a vida que alguém planeou para nós.

Quero traçar o meu caminho, quero alargar as minhas linhas.

Não quero estar preso a uma “série de compromissos e obrigações às quais não podemos virar as costas” porque alguém se lembrou que sim, que temos que seguir esta vida.

“Mas a vida é assim ominona, toda a gente tem que ser assim. Porquê? Porque já era assim muito antes de ti. Não vais ser tu que vais mudar!"

Alerta! ninguém vê (ou não querem ver) que estão a seguir uma vida que não foram vocês que decidiram. Que foram estudar porque toda gente estuda, porque colocam-nos isso desde pequeninos como o único caminho para a nossa salvação adulta e depois chegamos a adultos e vemos que as coisas não são assim e que a felicidade não está naquele único caminho da salvação.
" Não ominona, eu sigo esta vida porque quero, não estou presa a nada, e faço aquilo que quero!"
Será...?

Será que depois já estamos estão “desencantados” que aceitamos e seguimos os carris e nos conformamos com aquele trabalho de “merda”, porque tem que ser que existem contas para pagar?

Será que temos que nos precipitar todos a casar, porque se tivermos solteiros e curtir a vida, nós somos uns encalhados infelizes e temos problemas?

Não estaremos todos iludidos que vivemos algo que já está tão entranhado na dominada "vida" que para nós viver é seguir o que está estipulado. O que é normal se fazer?

Será que eu consigo ver tudo isto e deixar de estar num gabinete com ar abafado, som das moscas e de uma chefe a dizer que “isto é urgente ominona” ao mesmo tempo que diz que mais 10 coisas são urgentes e têm que estar prontas hoje?

Ou será que deixo esta merda de vida que não fui eu que defini, ganho coragem e realmente começo a viver a minha vida e fazer aquilo que quero e não a vida que toda a gente segue?

Não sei, mas hoje, enquanto estou aqui com o ar viciado do ar condicionado e no meio de papeis e mais papeis, alguém quebrou o que está definido como vida e esta curtir o seu sonho...
Aquele no inicio do texto é o meu...

7 comentários:

  1. "Será que temos que nos precipitar todos a casar, porque se tivermos solteiros e curtir a vida,..."

    Quando alguem casa deixa de curtir a vida?

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  2. Não necessáriamente. Estou a criticar o facto que acredito, que hoje ( e não só hoje) as pessoas casam, porque sim, porque é o que toda a gente faz. É o que é suposto fazer. Se alguém casar por essa razão duvide que esteja a curtir a vida. Parece que existe uma obrigação, é essa a minha critica.

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  3. Cada um tem de conseguir fazer a sua vida como quer Ominona.
    Eu vou tentando e acho que dentro do possível vou conseguindo.
    Claro que não faço tudo como quero, claro que também tenho 1 chefe parecido com a tua, mas deito isso pra trás das costas.
    Bom mesmo era conseguirmos saber enquanto quase crianças o que gostaríamos de fazer e aí talvez fosse mais fácil traçar uma vida diferente, mas, não sendo fácil, estamos sempre a tempo de mudar desde que tenhamos bem claro o que queremos fazer.

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  4. E porque não acreditar que as pessoas casam porque amam, porque viver sem essa outra pessoa, dormir sem ela, não sentir a sua pele, não a ter nos seus braços quando acordam, é-lhes simplesmente impossível, doloroso, penoso. Porque simplesmente, sem essa pessoa, tudo parece cinzento sem graça, porque sem essa pessoa, saír, dançar curtir, não tem piada, porque tudo com essa pessoa se torna bom e divertido, mesmo quando nem sempre assim parece.

    Quanto ao trabalho que fazemos... bem são opções, escolhas de momento, meios para alcançar outros fins, mas sinto sempre que a qualquer momento e assim que realmente quiser, posso, de m momento para o outro, fazer outra coisa qualquer.

    Eu creio que o nosso maior problema é apenas acomodarmo-nos à vida que tempos e desistir... Todos desistimos dos sonhos.

    O segredo está em não baixar os braços.

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  5. "Não estaremos todos iludidos que vivemos algo que já está tão entranhado na dominada "vida" que para nós viver é seguir o que está estipulado. O que é normal se fazer?
    (...)
    Ou será que deixo esta merda de vida que não fui eu que defini, ganho coragem e realmente começo a viver a minha vida e fazer aquilo que quero e não a vida que toda a gente segue?"


    Time will come. Tudo virá... a seu tempo. Mas até lá, é de facto uma grande chatice. Pensa nisto: a noite é escura como breu, nunca mais passa, nao vai passar... mas o certo é que a aurora acaba por chegar e com ela o dia.... mas nao foi de repente...

    Paciência. Olha, nao penses muito nisso. Tenta falar, soltares-te etc. naquilo que possas. Distrai a mente. bateres com a cabeça na parede so agrava o problema. Mas temos de ter ferramentas para mudarmos de vida. Até la, tambem se pode ser "feliz" na infelicidade. Nao é o que te acontece mas a maneira como lidas e encaras o que te acontece. A foto está muito gira. Esvcolheste bem para ilustrar o teu pensamento, mas os trilhos podem ser importantes para nao nos tornarmos alucinados... Os trilhos têm o mesmo ponto de chegada e de partida. No entanto deixam que outros caminhos se atravessem...

    Cheer up. Better days will come...

    Hugs e va, toma lá um gelado... (eu adoro coisas boas... mesmo sem ser gelados, mas pronto ;)

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  6. Acho que o que falta é alguém que dê um beliscão no traseiro e uma chapada na cara apara acordarem, porque quando as pessoas se vem com as coisas mais ou menos estáveis nem se dão ao trabalho de ver se há mais alguma coisa para além da sua porta da rua. Não vale a pena estagnar como dizia Fernando Pessoa, uma pessoas que não sonha não passa de "uma besta sadia, cadáver adiado que procria".

    Bj,
    (i)

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  7. Sim meu querido, eu concordo contigo. Às vezes sinto que somos robots e que a vontade própria tem sempre de ficar para último. Basicamente a solução é fazer a diferença e a dificuldade é não ser pela negativa :S

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