Os dois dias que tive em Castelo de Vide, aconteceram por acaso. Esqueci-me de cancelar a reserva que tinha feito no Booking e quando dei por ela se quisesse não ir, já tinha que pagar a primeira noite.
Ainda pensei :" que se lixe, cancelo e pago a primeira noite e não vou!"
Tinha tirado uma semana de férias e o ir quase até à fronteira de Espanha sozinho, estava a desafiar o conforto do conhecido e seria abraçar o desconhecido.
Até que decidi contrariar o conforto, o mesmo-que-mesmo de todos os dias.
Na terça-feira bem cedo de manhã estava a apanhar o comboio para Castelo de Vide...a meio da viagem quando passei pelo castelo de Almourol já um sentimento crescia dentro de mim:
- "isto afinal é mais giro do que eu pensava"
(Parafraseando Mia Couto) Começava em mim a verdadeira e única viagem: a que se faz por dentro das pessoas.
Cheguei à vila deixei as coisas no Hotel e saí para a rua.
Fui saborear os cheiros, ouvir os espaços, tocar a paisagem, sentir a gente daquela terra.
A cada rua estreitinha que subia, por cada pessoa que me sorria de volta e me devolvia um "boa tarde", acontecia o mesmo que sucede ao açúcar no chá: fui me dissolvendo
Cheguei ao topo da torre do castelo e fiquei só ali sentado, a fazer parte da paisagem, a ser castelo, a ser aquelas ruas estreitinhas e vertiginosas, a ser toda aquela gente e bichos, gatos e andorinhas...eu não estava em Castelo de Vide, eu era Castelo de Vide.
Tirei fotos a toda a paisagem, à gente daquela terra, tentava trazer de volta Castelo de Vide comigo, uma vila do tamanho de um olhar. Regressei e vim com um sentimento, que depois de lêr o Pensageiro Frequente, de Mia Couto, reconheci a mesma frustação numa das estórias.
Ainda pensei :" que se lixe, cancelo e pago a primeira noite e não vou!"
Tinha tirado uma semana de férias e o ir quase até à fronteira de Espanha sozinho, estava a desafiar o conforto do conhecido e seria abraçar o desconhecido.
Até que decidi contrariar o conforto, o mesmo-que-mesmo de todos os dias.
Na terça-feira bem cedo de manhã estava a apanhar o comboio para Castelo de Vide...a meio da viagem quando passei pelo castelo de Almourol já um sentimento crescia dentro de mim:
- "isto afinal é mais giro do que eu pensava"
(Parafraseando Mia Couto) Começava em mim a verdadeira e única viagem: a que se faz por dentro das pessoas.
Cheguei à vila deixei as coisas no Hotel e saí para a rua.
Fui saborear os cheiros, ouvir os espaços, tocar a paisagem, sentir a gente daquela terra.
A cada rua estreitinha que subia, por cada pessoa que me sorria de volta e me devolvia um "boa tarde", acontecia o mesmo que sucede ao açúcar no chá: fui me dissolvendo
Cheguei ao topo da torre do castelo e fiquei só ali sentado, a fazer parte da paisagem, a ser castelo, a ser aquelas ruas estreitinhas e vertiginosas, a ser toda aquela gente e bichos, gatos e andorinhas...eu não estava em Castelo de Vide, eu era Castelo de Vide.
Tirei fotos a toda a paisagem, à gente daquela terra, tentava trazer de volta Castelo de Vide comigo, uma vila do tamanho de um olhar. Regressei e vim com um sentimento, que depois de lêr o Pensageiro Frequente, de Mia Couto, reconheci a mesma frustação numa das estórias.
- É pena, não consegui fotografar tudo.
Aquele silêncio tão vasto, como o podia fotografar?
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